quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Desafio chamado "FPA" (discurso directo)

O professor Fernando Mota há muitos anos que está ligado à Federação Portuguesa de Atletismo. Foi Director Técnico Nacional e é presidente da mesma desde o início dos anos 90. Entre as opiniões contra e a favor, todos devem ser unânimes em reconhecer o seu contributo e a diferença que tem feito para o desenvolvimento da modalidade.
No entanto, tal como todos os cargos de liderança, quando se está muito tempo num lugar/função, às vezes começa-se a sentir um cansaço e uma carga muito grande de hábitos e atitudes, que nem sempre são fáceis de explicar. Muitos são os exemplos nas diversas áreas da nossa sociedade.
Dois dias depois da minha competição em Pequim, e num tom de rescaldo, conversámos largo tempo sobre vários assuntos, mas em especial sobre o que se tinha passado na minha prova. No final disse-me que tinha decidido recandidatar-se à presidencia da federação. Falámos sobre o assunto, abordou algumas ideias e logo ali percebi que o professor Mota mostrava-se algo diferente dos últimos tempos.

Contudo, falar comigo na perspectiva de convite para integrar consigo a organização da federação só aconteceu um mês depois, quando terminei a época de 2008 em Murcia. Confesso que hesitei e ponderei muito sobre o assunto. Nunca gostei, nem faz parte da minha forma de estar na vida, aceitar convites ou envergar projectos apenas "porque sim"... preciso sentir que vou ser útil e que serei capaz de desempenhar as funções que me pedem.Quando o professor Mota, ao fim de tantos anos, vem testar à frente da federação ideias muito aliciantes e refrescantes, noto nele vontade de terminar a sua ligação à Federação em grande.
Após várias conversas e muita reflexão, aceitei!
Foram as suas ideias e os seus projectos que me convenceram a aceitar o convite.
Os projectos que ele me colocou são extremamente aliciantes, alguns até já foram conversados com instâncias da administração central.
Ao mesmo tempo, sinto a minha participação neste projecto também como uma espécie de desafio aos meus colegas, pois faz todo o sentido a participação de atletas ou ex-atletas no associativismo desportivo e é desejável uma intervenção/feedback mais activa daqueles que estão no terreno e que são a razão destas organizações existirem. É bom que os atletas que estão a terminar a sua carreira, ou que já terminaram, ou outros, que queiram participar na vida activa do associativismo, não hesitem em fazê-lo porque só assim o desporto mantém a dinâmica que deve ter.
A minha experiência como dirigente ou como membro de organizações desportivas, assenta em especial na orgânica ligada aos atletas, nomeadamente na Associação de Atletas de Atletismo de Alta Competição (AAACA), na Associação de Atletas Olímpicos de Portugal e na Comissão de Atletas Olímpicos (CAO), à qual me tenho dedicado mais. Pertenço também ao Executivo do Comité Olímpico de Portugal.
Qualquer um destes cargos implica responsabilidade e sentido de dever, apesar de todos serem de carácter voluntário não os torno mais ou menos importantes no meu contributo, é que pertencendo a qualquer órgão do panorama desportivo podemos, à medida de cada cargo, colaborar com algo útil a favor da causa. Ao mesmo tempo, como o movimento desportivo está todo relacionado entre si, faz sentido que os vários organismos trabalhem em conjunto, complementando-se num conjunto harmonioso, partilhando o objectivo máximo de cativar e motivar mais gente para a prática desportiva, tal como organizar/orientar/proporcionar as melhores condições para os respectivos desportistas.

Na semana que terminou tive a minha primeira reunião como membro da Direcção da FPA. Posso dizer que fiquei satsfeita pela dinâmica entre os vários elementos, mas em especial pelos temas discutidos e pela forma responsável e construtiva como entendi que foram debatidos os vários assuntos.

É certo que muito tenho a aprender, foi também por isso que aceitei integrar a Direcção para o lugar de vogal, mas para já fica a primeira boa impressão de que este desafio poderá ser bastante interessante e só espero que, daqui a 4 anos, sinta que valeu a pena, tendo sido útil à causa do Atletismo... à causa do Desporto!

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