domingo, 30 de agosto de 2009

O site oficial de Susana Feitor está temporariamente off

Caros seguidores,

Com o objectivo de renovar e colocar online algumas novidades, o http://www.susanafeitor.org/, site oficial de Susana, está temporariamente desligado.
Alguns seguidores das notícias da atleta acediam ao seu blogue, que é o seu espaço noticioso por excelência, através do site e nos últimos dias devem ter encontrado o endereço indisponível.
Como tal, temporariamente para continuar a seguir as novidades da atleta Susana Feitor deve aceder directamente a este espaço na blogosfera: http://www.susanafeitorg.blogspot.com/.
Ainda sem datas definidas para a reabertura, está em remodelação e promete novidades interessantes.

Gratos pela vossa compreensão.
Cumprimentos,
O administrador do blogue de Susana Feitor.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Berlim 09: O futuro promete

Susana Feitor já está em Portugal depois de cumprida a sua décima participação em Campeonatos do Mundo de Atletismo. Dez foi mesmo o número chave em Berlim, não só porque foi a posição conseguida pela marchadora, mas também porque foi o lugar mais vezes atingido por atletas da delegação portuguesa. Se a medalha de prata de Nélson Évora ficou aquém das quatro conseguidas em Gotemburgo 95 e Atenas 97, o mesmo não se pode dizer de uma das mais promissoras selecções nacionais de sempre. Mais de metade dos atletas(19 para sermos mais precisos) entra na Prepol (programa de subsídios para a preparação olímpica), algo que supera as expectativas iniciais. E aqui há muitos resultados a destacar, começando pelo trio feminino de luxo que ficou perto do pódio. Se de Naide Gomes e de Vera Santos já eram esperadas classificações de topo, Marisa Barros, pelo resultado, mas também pela corrida empolgante, merece referência especial, até porque se de um Europeu se tratasse teríamos a campeã. O mesmo aconteceria nos 10 mil metros com Inês Monteiro (10ª), prova com a estreante Ana Dulce Félix (13ª, 3ª europeia) a prometer grandes voos. Jéssica Augusto(11ª nos 3000 metros obstáculos) e Sara Moreira (10ª nos 5000 e 16ª nos 3000 metros obstáculos) confirmaram a classe internacional, categoria em que se inserem também Susana Feitor e Inês Henriques. A marcha voltou, de facto, a estar na linha da frente com outro décimo lugar, desta feita de João Vieira. De Berlim são assim quatro os marchadores a garantirem entrada na Prepol. Tal como nas mulheres, o fundo português voltou às luzes da ribalta e muito graças aos três homens da maratona. Primeiro o surpreendente José Moreira. A aposta pessoal de Manuela Machado deixou marca em Berlim. Fez recorde pessoal e ficou às portas de uma posição de finalista. Foi nono (2º europeu), e, no mais brilhante jogo de equipa deste Mundial, levou Portugal ao 4º lugar na Taça do Mundo da Maratona, ao seguir sempre com Luis Feiteira (10º) e Fernando Silva (13º). Numa primeira análise mais a quente, Berlim poderia parecer apenas mais um Mundial onde Nelson e Naide prometiam mais, mas não o foi. Esses dois confirmaram presença na cada vez mais dificil elite mundial e os restantes mostraram que o atletismo português está bem e recomenda-se. Que venha Barcelona 2010!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Classificação do IAAF Race Walking Challenge (ACT)

A classificação do IAAF Race Walking Challenge continua sem inlcuir algumas das marchadoras com provas terminadas no circuito mundial, entre as quais a Campeã do Mundo Olga Kaniskina. Desconhecendo essa e outras ausências, fica a classificação oficial, bastante diferente das contas totais que temos apresentando e que incluem todas as atletas classificadas em provas pontuáveis. A liderança mantém-se com Kjersti Platzer, Vera Santos é segunda e Susana décima.


Kjersti Platzer 48 pontos

Vera Santos 35 pontos

Elisa Rigaudo 28 pontos

Olive Loughnane (IRL) 26 pontos; Inês Henriques (POR) 25 pontos; Beatriz Pascual (ESP) 25 pontos; Sabine Krantz (ALE) 22 pontos; Claudia Steff (ROM) 22 pontos; Kristina Saltanovic (LIT) 19 pontos; Susana Feitor (POR) 18 pontos; Ana Maria Groza (ROM) 10 pontos; Zuzana Schlinderová (CZE) 4 pontos

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Classificação do IAAF Race Walking Challenge

Apesar da grande prestação em Berlim, Susana vai descer algumas posições quando a IAAF actualizar (algo que ainda não fez) a classificação do Race Walking Challenge. Esta descida para a 12ª posição acontece porque, para além de ser a prova mais pontuada, foi também em Berlim que muitas atletas somaram a terrceira participação no circuito que permite a entrada nas contas oficiais, algo que aconteceu, por exemplo, com as três primeiras. Apesar do desaire no Mundial, Kjersti Platzer conserva a liderança, mas agora tem Olga Kaniskina mais próxima. Vera Santos é terceira.

Kjertsi Platzer 48 pontos

Olga Kaniskina 42 pontos


Vera Santos 35 pontos

Elisa Rigaudo (ITA) 32 pontos; Olive Loughnane (IRL) - 26 pontos; Liu Hong (CHN) - 25 pontos; Beatriz Pascual (ESP) - 25 pontos; Inês Henriques (POR) – 24 pontos; Sabine Zimmer Krantz (ALE) – 22 pontos; Claudia Steff (ROM) - 22 pontos; Kristina Saltanovic (LTU) – 19 pontos; Susana Feitor (POR) – 18 pontos; Anysia Kiedyapkina (RUS) 12 pontos; Jiang Jing (CHN) - 10 pontos; Ana Maria Groza (ROM) – 10 pontos; Yang Yawei (CHN) - 9 pontos; Masumi Fushise (JAP) – 9 pontos; Johanna Jackson - (GBR) - 6 pontos; Shi Yang (CHN) - 6 pontos; Maiumi Kawasaki (JAP) - 6 pontos; Elena Ginko (BLR) - 5 pontos; Zuzana Schindlerová (CZE) - 5 pontos; Olga Povalyayeva (RUS) - 5 pontos; Tatyana Sibilieva (RUS) – 5 pontos; Kumi Otoshi (JAP) – 5 pontos; Wang Shanshan (CHN) - 5 pontos; Tatyana Korotkova (RUS) - 5 pontos; Sun Limin (CHN) - 4 pontos; Ana Cabecinha (POR) – 4 pontos; Johana Ordoñez (ECU) - 4 pontos; Brigita Virbalyté (LTU) - 4 pontos; Monica Swenson (SWE) - 3 pontos; Sun Lihua (CHN) - 3 pontos; Tania Spindler (BRA) – 2 pontos; Bai Yanmin (CHN) - 2 pontos; Marie Poli (SUI) - 2 pontos; Sylvia Korzeniowska (POL) - 2 pontos; Rosário Guerro (MEX) - 2 pontos; Cisiane Lopes (BRA) – 1 ponto; Tatyana Gudkova (RUS) - 1 ponto; Maria Galiková (SVK) - 1 ponto; Julia Takacs (ESP) – 1 ponto; Sun Xueping (CHN) - 1 ponto; Mingxia Yang (CHN) - 1 ponto; Laura Poli (SUI) - 1 ponto

A final do IAAF Race Walking Challenge está marcada para 19 de Setembro, em Saransk (Rússia). A prova, de 10 Kms, poderá ter a participação de todas as atletas, mas apenas entram nas contas finais para o prémio monetário as que tiverem presenças em, pelo menos, 4 competições, entre as quais a final.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

10!

Palavras..... Para quê?......
A imagem vale as mil palavras!
Obrigado a todos os que estiverem comigo neste e noutros momentos!!
Não teria chegado tão longe sozinha..........
Obrigado, Muito Obrigado!
.

domingo, 16 de agosto de 2009

Berlim 09: Décima no décimo!!

Promessa cumprida! Um lugar nas dez primeiras era o objectivo de Susana Feitor e foi mesmo décima (1h32m42s) no seu décimo Mundial! Pela quinta vez conseguiu um lugar entre as melhores e garantiu a entrada para a Prepol (Programa de Preparação Olímpica) como semi-finalista. A prova foi ganha pela russa Olga Kaniskina (1h28m09s) que defendeu com grande autoridade o título de há dois anos. Olive Loughnane (Irlanda) foi segunda e Hong Liu (China) terceira. Num brilhante quinto lugar chegou Vera Santos, antes de nomes como Beatriz Pascual e Elisa Rigaudo. Susana, que depois do ataque da russa resguardou-se num lugar a rondar o décimo sexto, foi subindo e nas últimas quatro voltas ganhou varias posições (até a Inês Henriques, que foi décima primeira). Inesperadamente de fora ficou a vice-campeã olímpica Kjersti Platzer (desqualificada) e a espanhola Maria Vasco (desistência).
Para Susana foi um prémio mais que merecido, já que teve uma época cheia de imprevistos e cujo apuramento para Berlim não foi fácil. Por tudo isso, aqui desde Berlim o ambiente não podia ser mais festivo. Agora descansa-se para mais logo celebrar... por Susana e pelas restantes portuguesas, todas entre as onze primeiras, numa prova muito dura por causa do calor.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Berlim 09: As favoritas

São 49 as marchadoras que no domingo vão lutar pelo título de Campeã do Mundo dos 20 Kms. Vai ser uma luta acesa, até porque, apesar da vitória de há 2 anos anos em Osaka, Olga Kaniskina já perdeu esta temporada com Kjersti Platzer, embora em 10 kms. Vamos olhar para as principais adversárias de Susana Feitor. A norueguesa tem só a sétima marca do ano (1h28'50''), mas só perdeu uma vez (2ª na Corunha), dominando por completo o IAAF Race Walking Challenge. Aliás, as duas últimas temporadas foram as melhores da nórdica que em Cracóvia impôs uma rara derrota à campeã olímpica. É uma das apostas mais seguras para o pódio, senão mesmo para o ouro. Como em anos anteriores, Olga Kaniskina apareceu pouco. Esteve prevista para Sesto San Giovanni, mas à ultima hora faltou. Esteve na Polónia, mas perdeu ao sprint com Platzer numa das surpresas da época, o que faz dela menos favorita. Apesar disso lidera a lista do ano com 1h24'56'', uma daquelas marcas só conseguidas na Russia, que não foi homologada recorde do mundo. Com ela estão também Larisa Emelyanova, Anysia Kirdiapkina e Vera Sokolova, todas com resultados abaixo de 1h26'. Se confirmarem as marcas também podem entrar na luta. Elisa Rigaudo foi medalha de bronze em Pequim e por isso tem que se contar com ela. A transalpina teve uma primeira metade de época muito boa e entra no top10 do ano. No entanto, depois de marchar na etapa italiana do IAAF Race Walking Challenge, falhou a Taça da Europa e reapareceu em Dublin onde perdeu dois minutos para Susana Feitor. Se estiver em forma é uma das marchadoras para os lugares da frente. À semelhança de outras candidatas, a espanhola Maria Vasco quase não apareceu este ano. Mas quando marcou presença foi para ganhar. Sem marca até então, bateu a concorrência na Taça da Europa. A marca conseguida não a deixa, no entanto, entrar nas melhores do ano. Há duas semanas participou no Campeonato de Espanha, mas desistiu aos seis quilómetros. Maria é daquelas que vai sempre à luta, e, se o andamento estiver lento, pode ser bem ela a puxar o pelotão. Sabine Zimmer Krantz tem a oportunidade de brilhar perante o seu público. A alemã, capaz do melhor e do pior, impôs a Platzer a única derrota do ano. Foi na Corunha, onde a norueguesa acabou indisposta. Os seus 1h29'03'' fazem dela a oitava da lista mundial. Vera Santos, que surpreendeu muita gente com o 3º lugar na Taça do Mundo de 2008, tem sido de grande regularidade. Este ano é a décima do mundo com 1h29'27'' e esteve sempre na luta pelos lugares de topo em todas as provas em que entrou, com destaque para o 2º lugar em Rio Maior e para desqualificação na Taça da Europa, quando seguia em posição medalhável. A força que demonstra pode deixar muita gente para trás. Tal como Vera Santos, Inês Henriques também seguia entre as da frente na Taça da Europa quando foi desqualificada. Este ano já ficou próxima do seu melhor de sempre e sagrou-se campeã nacional de estrada e de pista. A companheira de treinos de Susana Feitor pode repetir o 7º lugar de Osaka (ou até melhora-lo), pois quer "vingar" a ausência em Pequim. Chamada de atenção ainda para Olive Loughnane. O ano passado conseguiu entrar no top 8 olímpico e em 2009 surpreendeu pela forma autoritária como venceu em casa do Grande Prémio de Dublin. Ainda não se mostrou na forma de Pequim, mas pode bem fazê-lo em Berlim. Beatriz Pascual é a outra espanhola em prova. Deu o salto para o grupo das melhores do mundo em 2008 com o 6º lugar olímpico. Este ano já baixou de 1h30', mas a segunda metade da temporada tem sido apagada. Não compareceu sequer aos Campeonatos de Espanha. Será uma incógnita, mas há mais nessa condição. As chinesas chegam aos grandes palcos com marcas que impressionam (este ano há também duas japonesas nessas condições: Fuchice e Kawasaki), mas nos últimos anos não têm confrimado. Entre estas há um nome que se destaca pela qualidade demonstrada em temporadas anteriores. Hong Liu, com 1h27'17'', tem uma das melhores marcas entre as inscritas, embora em 2009 tenha "apenas" 1h30'01''. De Susana já muito falámos. Sabemos que de todas é a mais experiente. Não teve a melhor das épocas, mas na altura de mostrar que queria ir ao seu décimo Mundial impôs-se com a categoria que lhe é conhecida. Esperamos mais uma prova de garra, como nos habituou. Ela quer ser top 10. Se os problemas que a atormentaram parte da época não surgirem, pode ir mais longe. De Berlim deixa-nos a mensagem que se segue.

Tá quase na hora... do 10º!

Hallo, wie geht es Ihnen?

Direkt aus Berlin...

Já cá estamos em Berlim, a maior parte da equipa chegou ontem ao fim do dia.
Estamos num hotel enorme na zona sudeste da cidade.
A envolvência este ano quase se parece a uns Jogos Olímpicos, é que vão ser batidos muitos recordes, em especial os de participação, a começar na nossa equipa, com 30 atletas.
Hoje realizámos um treino de relax pela manhã, num parque belíssimo, aqui perto do nosso hotel. Um treino luso-brasileiro, pois para além da maioria dos marchadores portugueses, também estiverem marchadores brasileiros.
O ambiente tem sido descontraído e agradável, amanhã começam as competições, apesar do forte espírito de equipa que paira entre todos, depois cada um terá o seu respectivo ritmo diário.
A minha prova será no domingo às 12h, depois de tantas previsões climatéricas, a única que sei é que será igual para todas as concorrentes e será num local histórico.
O meu ânimo é tranquilo e confiante, pois apenas tenho em mente fazer o meu melhor.
Sinto que já não tenho a frescura de outros tempos, em especial porque tive uma época complicada, mas sinto a vontade, a garra e a alegria por estar aqui, por isso quero desfrutar da melhor maneira estes 20km, que se prevêem muito competitivos. Tal como já disse várias vezes, num campeonato do mundo como este, existe um lote de 14-16 marchadoras, em que qualquer uma delas pode disputar os lugares da frente e penso que nós, portuguesas, estamos nesse lote.
Espero estar nessa disputa e lutar por um lugar no Top-10 ou por aí perto…
....Hum!… Seria fantástico!
Em mim habitam pensamentos positivos, mas sem esquecer que no desporto de alto rendimento é sempre tudo possível. Por isso todos os resultados que conquistar acima dessas minhas expectativas, serão um excelente reforço do prazer que sinto em estar numa competição destas.
Cá estou eu a dar início à minha décima participação num Mundial… Como o tempo “foge”!!

Desejo a todos que desfrutem duma boa semana de atletismo ao mais alto nível... seja no estádio, ou na zona da Brandenburger Tor (para os cá estão!), ou desfrutem pela televisão, pela rádio, pelos jornais, ou pela internet…
Apenas e só, que desfrutem deste espectáculo mundial!

Viel Glück Team Portugiesisch

Auf Wiedersehen

Susana Feitor

Portugal já está em Berlim

A selecção nacional de atletismo chegou ontem ao final do dia a Berlim (Alemanha), onde começam amanhã os Mundiais. Os atletas estão instalados num hotel da periferia da capital alemã e já em fase de concentração máxima, visto que alguns entram em competição logo na manhã de sábado. A prova de Susana Feitor, os 20 Kms Marcha, é no domingo ao meio-dia, 11 horas em Portugal.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Osaka 07: Experiência foi determinante

17 anos depois, com mais do dobro da idade, Susana Feitor voltou ao país onde se estreou em Campeonatos do Mundo. No Japão tinha a responsabilidade de defender o bronze de Helsinquia, mas ela sabia que ia ser dificil. O circuito feminino estava cada vez mais forte. Tinha surgido há pouco uma russa com marcas impressionantes, as restantes europeias de primeira linha tinham apostado tudo na temporada e não se sabia o que poderiam causar as sempre inconstantes chinesas ou a australiana Saville. Só por isso, um lugar de finalista já seria muito bom. Apesar dos receios, a adaptação aos horários decorreu de forma tranquila. O pior era o clima, mas até esse ajudou a 9 de Agosto. À semelhança do que acontecera dois anos antes, Susana fez uma prova cautelosa, "mas altamente concentrada. As minhas palavras de ordem neste Mundial foram a organização dos abastecimentos, a concentração e a cautela até aos 10 - 12 quilómetros". A experiência da atleta fez com que não respondesse aos ataques de Kjersti Platzer e Maria Vasco. Ela sabia que, mais tarde ou mais cedo, o clima que se fazia sentir poderia condicionar mudanças bruscas de andamento. E foi conselheira para a colega de selecção e de treinos Inês Henriques. "Marchámos quase sempre lado a lado e perto dos 9 quilómetros ela deu sinais de que queria ir embora. Disse-lhe para ter calma que ainda faltava muito", lembra. Como atleta humilde e inteligente que é, Inês ouviu Susana, o que mais tarde lhe valeu um excelente sétimo lugar. Aliás, estas caracteristicas aplicam-se a qualquer uma das três portuguesas em prova, porque também Vera Santos não entrou em aventuras que lhe podiam custar caro e terminou em crescendo em 11º lugar. Mas lá na frente estavam as russas, com destaque para Olga Kaniskina (que viria a ganhar), e as eternas Platzer e Vasco. A espanhola ganhou o bronze que lhe fugira em Helsinquia, mas a norueguesa estava em perda. "Eu seguia em quinto, mas nunca pensei que a poderia apanhar pois também tinha ali perto a alemã Zimmer e a Inês. Assim preservei o lugar em que seguia e, como correu como tinhamos planeado, quando cortei a meta senti um prazer tão grande que o podia comparar ao terceiro lugar de Helsinquia. É claro que uma medalha é uma medalha, mas são as histórias que vivemos que nos fazem sentir o prazer da vida, e em Osaka foi assim com o meu quinto lugar", remata. Essa alegria foi visivel quando, após concluir os 20 Kms em 1h32'01'', juntou as forças que lhe restavam para, do alto do seu metro e sessenta, levantar no ar ao mesmo tempo as amigas Kjersti e Sabine e para festejar o brilharete de Inês. Já nessa altura, Susana Feitor deixou a promessa de um décimo Mundial dois anos depois em Berlim.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Helsinquia 05: O dia mais feliz

Os Jogos Olímpicos são a pedra no sapato de Susana Feitor. Atenas voltou a correu mal e foram muitas as vozes que deram como terminada a carreira da atleta. Aos 30 anos não se é velho para a marcha, só que Susana havia começado na alta roda muito antes de todas as outras. A própria chegou a questionar se valia a pena continuar. E continuou... mas com um ritmo diferente e sem criar demasiadas expectativas. Foi assim que chegou a Helsinquia, até porque na época tinha tido de tudo. Desde desistências por problemas físicos até a um moralizador segundo lugar na Taça da Europa. Os dias anteriores à prova tinham sido complicados devido a dores na face posterior da coxa. Na véspera "estava muito nervosa e tensa, pois não me sentia nada confiante que iria ser capaz de aguentar sem dor 20 Kms num circuito que não era plano". Mas ao acordar a disposição voltou. Susana diz que naquela manhã de 7 de Agosto "senti algo dentro de mim que focou na competição e afastou todos os maus pensamentos". Susana fez uma prova cautelosa, de trás para a frente, mas sempre na cauda do grupo principal, que durante muito tempo seguiu compacto. "A determinada altura, senti que o facto de estar a marchar a um ritmo para menos de 1h29' deu-me uma força extra para aguentar aquele sofrimento que nos percorre o corpo todo". Essa força ia ter resultados mais à frente. Aos poucos passou de oitava para sexta, e depois de algumas desqualificações começa a avistar Elisa Rigaudo e Maria Vasco. Primeiro a italiana e depois a espanhola. Lembra que "quando a avistei pensei que ainda tinha força para a apanhar. Mas antes do estádio tinhamos um subida e, mesmo sendo mais fraca a subir dei tudo o que tinha e consegui passar". Quando entrou na pista sentiu a reacção do público, mas nem sabia bem em que lugar estava. Só sabia que era bom. Cortou a meta em 1h28'44'' e o primeiro abraço foi da Raquel Nunes: "Su foste bronze!". Depois veio o choro e a festa. Ao lado também chorava Maria Vasco. Susana confortou-a, afinal também sabia o que era ser quarta. Seguiu-se a volta de consagração ao lado de Olimpiada Ivanova (1ª com Recorde do Mundo) e Ryta Turava. Nessa volta lembra-se de ter "literalmente saltado para o colo da Naide Gomes que estava no lado oposto a competir no salto em comprimento". Susana dava largas à alegria. Mais tarde viria a dizer que "os astros conjugaram-se a meu favor". 15 anos depois da conquista da medalha de ouro nos Mundiais de Juniores, Susana colhia os frutos de um árduo trabalho. Foi o dia mais feliz da sua carreira desportiva.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Selecção já está "vestida" para Berlim

Agora só falta mesmo partir rumo à capital alemã. A selecção nacional que vai estar no Campeonato do Mundo de Atletismo foi esta tarde apresentada em Lisboa, num evento conjunto da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) e da Adidas, marca que veste toda a equipa e que patrocina Susana Feitor. Presentes estiveram muitos dos atletas que a partir de sábado vão dar o seu melhor, técnicos, dirigentes federativos, seleccionador nacional e representantes da marca desportiva. Natural destaque para Nélson Évora e Naide Gomes, saltadores que, em condições normais, vão a Berlim lutar pelos lugares da frente. Mas também Susana Feitor foi muito solicitada pela imprensa presente, em virtude da sua décima participação em Mundiais. Foi o último acto público dos 30 atletas (nem todos estiveram presentes) antes do embarque para Berlim. A maior parte da comitiva deixa Lisboa quinta-feira, pela hora de almoço. Outros atletas, como Francis Obikwelu, partem sábado e um último grupo, onde se incluem os maratonistas e Naide Gomes, segue para a Alemanha apenas na próxima semana. A ocasião foi ainda aproveitada para o lançamento da revista Athletíssima, publicação oficial da FPA, cuja primeira edição é dedicada à participação portuguesa em Berlim. Susana Feitor é também aqui uma das atletas com maior destaque, pela décima presença, mas também por ser uma das selecionadas com melhor palmarés, incluíndo uma medalha em Campeonatos do Mundo (Helsinquia 2005).

Paris 03: Marchar em "casa"

Consolidado o seu papel na marcha internacional, Susana Feitor chegava a Paris com o objectivo de ser finalista (entrar nas oito primeiras). Foi com esse propósito que se bateu durante toda a prova... até aos 17 quilómetros. Na altura era sétima. "A Susana Paixão, filha do meu treinador, apareceu a gritar para ter calma, pois tinha duas faltas no quadro. Fiquei em pânico", diz hoje Susana que recorda que "ia a marchar bem e previa um desfecho como em Edmonton. Mas 2001 foi um drama e não queria passar por outro, por isso abrandei muito". Abrandou tanto que nos últimos três quilómetros perdeu 45 segundos e foi ultrapassada por Melanie Seeger e Athanasia Tsoumeleka, que um ano depois viria a sagrar-se campeã olimpica e que abandonou o ano passado após analise de doping positiva. Susana foi 9ª (1h30'15''), à beira do seu objectivo. Venceu a russa Yelena Nikolayeva e Vera Santos foi 15ª na sua estreia em Mundiais.
De Paris há, ainda assim, boas memórias. Ao marchar na capital francesa, a atleta de Rio Maior sentiu-se literalmente em casa, já que sabia que ia encontrar a familia que tem a viver na região. "A minha prima Cidália e o seu filhote, que é meu afilhado, apareceram na Cité Universitaire, o que já me deu uma grande alegria". Só que a supresa maior estava para vir. Depois da prima, surgiu outro primo, e o irmão, e mais familiares e amigos que tinham seguido de Portugal, de carro e de avião. "Deu para chorar de alegria", ou não fosse Susana uma atleta também de grandes emoções para quem todo o apoio é pouco.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Edmonton 01: A dureza de uma desqualificação

O quarto lugar de há dois anos abria boas perspectivas para Edmonton. Recuperada da lesão que a impediu de brilhar nos Jogos Olímpicos de Sidney, Susana Feitor vinha de uma boa época e era uma das marchadoras debaixo dos olhares mais atentos na cidade canadiana. "Não estava a ser uma prova fácil, e aos poucos, com a fuga de duas russas, ficou um grupo pequeno de 3 a 4 atletas, que se isolava a cada metro que passava", recorda. Era neste grupo que estava Susana até à desqualificação. "Ia relativamente bem. É certo que ainda faltavam 9 quilómetros, mas cheguei a sentir o 'cheiro' da luta pelo bronze. O que iria acontecer nunca saberei". As desqualificações de marchadores não estão isentas de polémica e 2001 não foi excepção. No caso de Susana só lhe terão sido mostrados dois avisos, quando deveriam ter sido três. Mas não foi caso único. Ficaram fora da prova feminina 14 atletas, entre elas algumas favoritas, como Kjersti Platzer, num momento particularmente duro para a norueguesa, uma vez que na véspera o marido e técnico Stephan tinha sofrido um aneurisma. Na memória de Susana fica a grande determinação da marchadora que no final disse à amiga que tinha sido por ele e para ele, apesar da desqualificação no último quilómetro. Nesse 9 de Agosto a vitória sorriu a Olimpiada Ivanova, no seu primeiro de dois títulos. Apesar de tudo, de Edmonton ficam também algumas boas memórias, como o facto de Portugal ter pela primeira vez três marchadoras. Susana fez-se acompanhar de Sofia Avoila (21ª) e de Inês Henriques, que na estreia também foi desqualificada. Igualmente positivo o reencontro com outra amiga que fez no atletismo. Conhecera-a um ano antes em Sidney, mas este foi o primeiro Mundial em conjunto: a voluntária portuguesa Raquel Nunes (na foto) que não falha uma grande competição.


domingo, 9 de agosto de 2009

Selecção apresentada terça-feira

O Hotel Corinthia de Lisboa recebe na próxima terça-feira a apresentação da delegação que vai representar Portugal no Campeonato do Mundo de Atletismo, que começa dia 15 em Berlim (Alemanha). Entre os 17 homens e 13 mulheres que vão defender as cores nacionais, está confirmada a presença de Susana Feitor neste hotel da capital. A apresentação, assim como dos equipamentos Adidas que vão vestir, está marcada para as 4 da tarde. O primeiro grupo de atletas parte para a capital alemã dois dias depois, quinta-feira, sendo que alguns competem logo no sábado, dia de aranque dos Mundiais. sábado.

Sevilha 99: Salto para o topo

O calor e a humidade de Sevilha foram escolhidos como palco da estreia da prova de 20 Kms marcha femininos em grandes competições internacionais. A distância já tinha sido percorrida por várias atletas, mas à seria era a primeira vez. Susana Feitor vinha moralizada com o bronze do Europeu de 1998 e a 27 de Agosto alinhou à partida ao lado de outras 51 marchadoras. Do Algarve, de Lisboa ou de Rio Maior, foram várias as vozes de incentivo que recebeu ao longo de todo o percurso. Recorda-se particularmente das mensagens gravadas a spray à saída do estádio: "Força Susana", "Pechão está contigo" e "Susana, Susana". Um animo extra para quem tinha ambições, mas não sabia o que lhe estava reservado. O primeiro susto chegou aos sete quilómetros. "Senti uma espécie de esticão no meu posterior esquerdo e nessa altura pensava que se ficasse nas dez primeiras seria fabuloso", diz. Mas depois de metade da prova as adversárias iam ficando para trás e Susana continuava no grupo das 8, por isso "já só rezava para ser oitava". O cansaço era muito, mas o prazer da competição superava qualquer fadiga e a determinação levou-a ainda mais longe. "Na volta final dei por mim na cauda do grupo em perseguição do trio que lutava pelas medalhas: duas chinesas (Liu Hongyu viria a ganhar) e a russa Fedoskina. Esta foi desqualificada. Eu, a Saxby-Junna e a polaca Radtke tinhamos o pódio à vista". A australiana de 39 anos (na foto) avançou e a resposta da Susana por pouco não chegou para o terceiro lugar. Foi quarta com 1h31’23’’, a cinco segundos da medalha, mas à frente de nomes como Erica Alfridi, Jane Saville, Kjersti Platzer, Maria Vasco, Yelena Nikolayeva ou Irina Stankina, antiga campeã mundial, agora apenas 17ª. Dez anos depois continua a dizer que "foi das conquistas mais emocionantes como sénior. Um 4º lugar que me deu muito gozo, pela sua história e empenho, e em especial pela garra que tive nos quilómetros finais". Este resultado, a par de outro quarto lugar do maratonista Luis Novo, acabou por ser o melhor que Portugal conseguiu nesse verão quente de Sevilha.

sábado, 8 de agosto de 2009

Atenas 97: Fora da final

Foi um invulgar adeus aos 10 Kms marcha nos Mundiais de Atletismo. Pela primeira e única vez a IAAF decidiu realizar eliminatórias antes da final, para a qual só viriam a ser apuradas 20 atletas. Susana Feitor alinhou a 4 de Agosto ma primeira série. "A minha eliminatória foi duma dureza atroz. Às 8h da manhã já estava um calor que não se podia! Mas a dificuldade que senti não se travou apenas pelas condições climatéricas, uma vez que viria a descobrir mais tarde que padecia de forte anemia, que demorou imensos meses a curar", recorda. Mesmo assim, como sempre, Susana entregou-se à luta. Foi 11ª com 45'00'', 22ª no somatório das duas eliminatórias, e falhou por dois lugares a final. A corrida decisiva viria a ser ganha pela incansável italiana Annarita Sidotti, que há vários anos lutava por uma vitória a este nível. Entre as primeiras chegou também Olimpiada Ivanova, actual recordista mundial, que acabou por ser desclassificada por doping. "Foi a primeira vez que a vi. Marchava muito torta, mas com uma força brutal", acrescenta Susana, que voltou a ter festa no quarto com as duas medalhas (prata e bronze) de Fernanda Ribeiro. Este Mundial voltou a distinguir entre as melhores a maratonista Manuela Machado e consagrou como "rainha" dos 1500 metros Carla Sacramento. Apesar do resultado menos conseguido para a conta pessoal, Susana Feitor teve em Atenas o inicio de outra batalha. "Foi a primeira vez que em reunião com os dirigentes (entre os quais o secretário de estado do desporto), vários atletas, em especial os mais experientes, partilharam as suas experiências de vida fora da alta competição. E foi nesse momento que reforcei o meu sentimento de que era realmente necessário fazer algo por quem tanto se dedicava pelas cores de Portugal". Era um sentimento que Susana já trazia desde o primeiro Mundial, mas na capital grega "senti-o com mais força e recordo um antes e um depois de Atenas nestas matérias da organização de atletas".

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Gotemburgo 95: Ainda longe da frente

Dois anos depois do agradável 11º lugar de Estugarda, Susana Feitor vivia uma dificil transição para sénior. No entanto, face à sua grande valia não houve dificuldade em garantir os mínimos para Gotemburgo. A nível de tempos a evolução era notória, mas nesta altura havia já mais mulheres a andar mais rápido. A 7 de Agosto, Susana alinhou à partida ao lado de Irina Stankina. As duas conheciam-se bem. Um ano antes, Susana tinha sido a vice da russa no Mundial de Juniores de Lisboa, mas a transição da marchadora de leste para o escalão superior foi tão fácil que saiu da Suécia de ouro ao peito. Longe, Susana foi 17ª com 44'25''. 14 anos depois sublinha a dureza da prova. "Nunca irei esquecer a dificuldade da competição esse ano. A Stankina era uma menina entre as senhoras e eu ainda andava longe dos lugares da frente". Ela e outras que hoje estão entre as melhores e em Berlim preparam o assalto ao pódio. No terceiro Mundial de Susana deu-se a estreia das conceituadas Maria Vasco e Kjersti Platzer, modestas 26ª e 40ª, respectivamente. Foi mais um ano de apredizagem para os desafios que se seguiram e de festa para Portugal. Gotemburgo é de grande memória para as cores nacionais com as 4 medalhas de Fernanda Ribeiro (ouro e prata), Manuela Machado (ouro) e, da uma vez mais companheira de quarto de Susana Feitor, Carla Sacramento (bronze).