terça-feira, 30 de agosto de 2011

Susana marcha para a história



Uma da madrugada em Lisboa, nove da manhã em Daegu. Será hora de história no atletismo português, mundial, mas principalmente na carreira da menina de há 21 anos foi campeã do mundo de juniores e que, um ano depois, em Tóquio estreou-se em mundiais séniores. Seguiram-se Estugarda, Gotemburgo, Atenas, Sevilha, Edmonton, Paris, Helsinquia, Osaka, Berlim e agora Daegu. Nunca um atleta esteve em tantos mundiais e, na maioria dos casos, com participações de grande nível (uma medalha e mais quatro lugares no top 10). O fim da carreira foi traçado por vários em mais que uma ocasião, mas em mais um processo de renascimento, Susana Feitor conquistou este ano o lugar na selecção de forma inequivoca, e o facto de ter sido a melhor portuguesa na Taça da Europa coloca-a de novo na senda de um bom resultado. E o que é que isso poderá ser? Nesta altura a atleta e o seu técnico Stephan Platzer sabem o quando Susana vale, mas 20 Kms é uma prova longa em que muito pode acontecer. Ao lado de Susana temos outras duas marchadoras de valia. Inês Henriques dominou a primeira metade da temporada, mas perdeu para Susana Em Rio Maior e na Taça da Europa. Nesta altura, aspirará a um lugar entre as dez primeiras... ou talvez um pouco mais. Ana Cabecinha teve uma época muito dificil, mas lutou e está em Daegu. Depois de lesões e da perda da mãe, Ana quer justificar a confiança do seleccionador nacional. Depois há as outras... e são muitas que prometem andar na frente. Olga Kaniskina, campeã em título, é nesta altura quase imbatível e qualquer coisa que não seja o ouro será uma grande surpresa. Na lista de candidatas há outra russa, Vera Sokolova. É a mais rápida, mas o tempo foi conseguido na Russia, e normalmente, fora de portas não repetem estes feitos. Depois há a incógnita chinesa que, a actuar a Ásia, pode brilhar, principalmente Hong Liu. Seguem-se as espanholas, com Beatriz Pascual e Maria Vasco. Vasco é uma histórica, dá sempre lutar, mas este ano ainda não mostrou resultados dignos de registo. Já Pascual, subiu muito nos últimos anos e no inicio de 2011 chegou a aproximar-se de Kaniskina, mas nos recentes campeonatos de Espanha, mostrou uma marcha atrasada e deficiente. Será estratégia? Em dupla surge também a Alemanha com Sabine Kratnz e Melanie Seeger, duas marchadoras experientes ainda à procura de um grande momento de glória. A segunda parece mais consistente e mostrou-o o ano passado em Barcelona. A esta lista acrescentamos dois nomes: Olive Loughnane e Elisa Rigaudo. A irlandesa é inconstante e de uma marcha pouco regular, mas defende o titulo de vice-campeã de Berlim 2009. A italiana, depois da paragem para ser mãe, mostrou na Taça da Europa que está de volta para lutar pelos lugares da frente. Podem as portugesas entrar nesta luta? Têm valor, qualidade e inteligência para isso. Boa sorte às três!

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