segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Edmonton 01: A dureza de uma desqualificação

O quarto lugar de há dois anos abria boas perspectivas para Edmonton. Recuperada da lesão que a impediu de brilhar nos Jogos Olímpicos de Sidney, Susana Feitor vinha de uma boa época e era uma das marchadoras debaixo dos olhares mais atentos na cidade canadiana. "Não estava a ser uma prova fácil, e aos poucos, com a fuga de duas russas, ficou um grupo pequeno de 3 a 4 atletas, que se isolava a cada metro que passava", recorda. Era neste grupo que estava Susana até à desqualificação. "Ia relativamente bem. É certo que ainda faltavam 9 quilómetros, mas cheguei a sentir o 'cheiro' da luta pelo bronze. O que iria acontecer nunca saberei". As desqualificações de marchadores não estão isentas de polémica e 2001 não foi excepção. No caso de Susana só lhe terão sido mostrados dois avisos, quando deveriam ter sido três. Mas não foi caso único. Ficaram fora da prova feminina 14 atletas, entre elas algumas favoritas, como Kjersti Platzer, num momento particularmente duro para a norueguesa, uma vez que na véspera o marido e técnico Stephan tinha sofrido um aneurisma. Na memória de Susana fica a grande determinação da marchadora que no final disse à amiga que tinha sido por ele e para ele, apesar da desqualificação no último quilómetro. Nesse 9 de Agosto a vitória sorriu a Olimpiada Ivanova, no seu primeiro de dois títulos. Apesar de tudo, de Edmonton ficam também algumas boas memórias, como o facto de Portugal ter pela primeira vez três marchadoras. Susana fez-se acompanhar de Sofia Avoila (21ª) e de Inês Henriques, que na estreia também foi desqualificada. Igualmente positivo o reencontro com outra amiga que fez no atletismo. Conhecera-a um ano antes em Sidney, mas este foi o primeiro Mundial em conjunto: a voluntária portuguesa Raquel Nunes (na foto) que não falha uma grande competição.


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